Primeiro é necessário diferenciar "Padê de Exu", feito para "Despachar Exu", o que não consiste em manda-lo para fora do terreiro, mas sim de saudar suas forças como o primeiro do Xirê. Já o Ipadê é um preceito para os ancestrais.
Esse ritual é necessário em 3 situações: Quando são sacrificados animais de 4 patas para Exu; nas Águas de Oxalá e no Axexê. Realizado durante o dia, pois necessita de luz natural, salvo no caso do Axexê (ritual fúnebre) onde poderá ser realizado a noite. No Ipadê, são reverenciados Exu (Orixá), os ancestrais masculinos (Eguns), femininos (Iyá Mi), os Esás (ancestrais importantes daquele Egbé) e alguns Orixás (conforme a tradição de cada Axé , da nação e da casa). Comandando por mulheres, sendo a iyadagán e a iyámorô da casa, a primeira prepara os elementos sentada de frente ao Axé, enquanto a segunda dança entorno da Cumieira e despacha os elementos, sempre acompanhada pelos Ogãs, que tocam e cantam música próprias para o ritual, que só são tocadas no Ipadê e em mais nenhum tipo de preceito.
Em caso do Xirê, além de poder ser a noite, o atabaque é substituído por outros instrumentos feitos de cabaça. Todos os participantes devem estar com seu Ori (cabeça) coberto, os mais velhos sentados e os mais novos ajoelhados em esteiras.
O Ipadê nos demonstra a tradição africana de respeitar os mais velhos, louvar nossos ancestrais e o agradecimento pela nossa mair dádiva: A vida. Infelizmente ele tem se perdido durante os anos, devido exigir muito cuidado, preparação da casa, do Axé, onde até mesmo alguns filhos da casa (muitos novos) não podem estar presente! Porém isso nos mostra o quanto a cultura africana trás de enriquecedor aos seus adeptos.
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