domingo, 10 de abril de 2016

Sacrifício de Animais.

Antes de entrar no tema, peço que mantenham a mente receptiva para entender a cultura das religiões com matrizes africanas, esse texto não tem a presunção de ditar o que é certo ou errado, apenas ser explicativo sobre o preceito ritualístico atrás do ato. Então se você é contra, apenas entenda que é um ritual com mais de cinco mil ano de tradição e vou apenas descrever seu significado. Sem intuito de propagar ou incentivar.

O Axé (energia) provém da vida, ou seja, de seres que à possuam (plantas e animais), o único elemento inanimado que possui vida são os òtas (pedras que carregam uma parte dos Orixas ou entidades). Por isso sempre saliento que não tem como fazer um trabalho para alcançar situações positivas em cemitérios, pois lá não existe vida, só ossos, terra e afins.
O Ejé (Sangue), segundo a visão religiosa, tem toda a essência da vitalidade, ou seja, tem muito axé. Ele é utilizado para fortalecer os Deuses e espíritos, como um alimento, para que através dessa força possam continuar mantendo suas graças sobre nos ou para alcançar um pedido.

No começo, não se tem certeza, pois a religião é passada oralmente, o sacrifício era de seres humanos para o Orixá Iroko, o espirito das arvores, porém com a difusão dos demais Orixás que preferiam o sacrifico animal, este foi o mais adotado e o anterior banido. Os animais foram dados para nos servir, segundo os yorubás, e eles não possuem maldade, então se usa da força pura (sem maldade), para fortalecer espíritos de luz. Não tem nenhuma relação com outros rituais em que se oferece sangue de inocente, mas sim forças compatíveis, axé puro e sem mal para Deuses da Luz.
O ritual é extremamente bem estudado, necessitando de alto teor de conhecimento para realizar, para que possa correr tudo bem, o animal sofra o menos possível, afinal é sacrifício e não sacrilégio.

Atualmente, uma corrente de zeladores defende que é errado usar o sacrifício, preferindo apenas o uso de outras comidas. Entretanto a maioria dos umbandistas e candoblecistas defendem o lado cultural e preceitual, em que é necessário esse ritual, dizendo que nenhum Orixá ou entidade sobrevive só de comida fria (comidas em que não existe sacrifício). Cada entidade opta por um animal e se for um Deusa a criatura é do sexo feminino, e se for Deus do sexo masculino, exceto Oxalá que é hermafrodita e gosta de fêmeas em seus sacrifícios.
É bom sempre lembrar, o intuito não é a maldade, claro que tem aqueles que a fazem, porém é um preceito, assim como as demais religiões mais antigas faziam o uso do mesmo, e muito menos que o animal sofra.

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