sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Xango II



Kawó Kabiesilé!!


Um do abòròs (Orixás do sexo masculino) mais conhecidos e que teve seu ritual mais difundido no Brasil. Entender Xango não é tão fácil, é necessário compreender duas grandes facetas desse grande Deus. A primeira é a Histórica, nossa religião é apreendida oralmente, então exitem contos e histórias que trazem Xango como um rei. Ele teria sido o quarto Alafim (rei) de Oyo, capital do Império Yourubá na época, grande centro politico e econômico. Na realidade o rei era o seu irmão Dadà Ajakà, porém ele era muito pacifico, Xango acreditava que o Império precisava de um líder forte e firme, então com um golpe de estado tomou a coroa e tornou-se Alafim, recebendo grande apoio do povo, devido suas atitudes enérgicas , fortes e sábias, foi um grande rei, o qual unificou e ampliou o império que foi fortalecido. Existem doze qualidades de Xango atualmente, existem muitas divergências a respeito disso, pois são 6 da direita e 6 da esquerda, 6 do dendê e 6 do azeite de oliva e dessa união temos Oraniâ (pai de Xango). Alguns zeladores divergem dizendo que as 6 qualidades de azeite de oliva são na realidade 6 qualidades de outro Orixá, Ayra, o general branco, que não seriam Xangos, mas foram atribuídos ao Orixá.
E existem o aspecto mítico, que o rei Xango na verdade seria a personificação na Terra do Orixá que viera com o intuito de auxiliar seu povo. Divergências a parte, Xango é o Orixá rei da Justiça, do poder estatal, das pedreiras, do trovão e do fogo que divide com sua esposa Iansã. Falar nele é o mesmo que falar do poder, Xango é a representação do poder, força usada com inteligência e sagacidade. Ele nasce e morre pelo poder, filho de Oraniã com Yemonjá, irmão de Ogum, Oxossí, Exu e afins. Seu metal é o cobre, porém os filhos usam o ouro também. Xango trás consigo toda a magnitude do Sol, Orixá quente. Ele tem muito amor pela humanidade, sempre a auxiliando e tem muito apreço pelos seus filhos, sempre está ao lado deles, por pior ou melhor que seja a situação, um grande pai que jamais abandona seus filhos, mesmo detestando Iku (a morte), fica com seus filhos até que seu Emí (sopro divino, alma) sai de seus corpos, apenas para recebe-los do outro lado. Xango é Orixá do movimento, do dinheiro, fala através dos Odus 6 e 12. Detesta coisas paradas e fúnebres, por isso suas quizilas são a morte e eguns. Sua cor é o Branco e Vermelho, na Umbanda é o marrom.
Usa o Oxé (machado de dois gumes) e o Xeré (uma especie de lança com chocalho), além do Edum àra (pedra de fogo) com a qual ele faz o raio e o trovão. Seu animal sagrado é a tartaruga e o leão. Come o amalà, um guizado feito a base de quiabo, camarão seco e dependendo da qualidade de dendê ou azeite de oliva. Seu símbolo é a coroa ou o Oxê. Sua bebida é a cerveja preta. Sua oferendas geralmente são colocadas em pedreiras ou cachoeiras, nas pedras. Xango teve três esposas, Oba a primeira e mais velha, Iansã a do meio e a quela ia para as guerras com ele, fora sua preferida e o Oxum a mais nova. É sincretizado como São Jeronimo, Arcanjo Miguel e São João Batista. Alguns de seus Exus são: "Tiriri", "Capa Preta", "GiraMundo", "Treme Terra" e afins. Uma de suas bombo giras é a querida "7 Saias"

Os filhos deste Orixá são grandes diplomatas, falam, induzem e convencem com muita facilidade, ou seja, tem grande lábia, são majestosos por si só. Gostam de auxiliar as pessoas, tem dentro de si um grande senso de injustiça, por isso sempre estão defendendo os fracos e oprimidos, lutando e batalhando. Tem uma força de vontade invejável, quando querem acabando realizando o feito. Grande feiticeiros, tendem a assumir postos elevados, seja na religião ou na sociedade. Tem certo pavio curto, mas sabem moldar sua raiva para que não atrapalhe a conquista de seu intento. espertos, inteligentes e sagazes. Tendem a ser infiéis, gostando sempre de uma boa festa e aglomeração de pessoas, Possuem muito medo de serem esquecidos, por isso estão sempre mantendo-se em destaque.
Se sentem muito mal em Hospitais, Cemitérios e velórios, fogem de doenças e da própria morte.

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