Em postagens anteriores da sequência foi mencionado como ocorre a aproximação de Eguns (espíritos desencarnados) negativos, os quais acarretam muitos fatores prejudiciais a vida dos vivos, fora citado o poder de nossos sentimentos em atrair ou repelir esse tipo de força. Dando continuidade, falarei sobre alguns "sintomas" (recapitulando), estágios da pertubação e maneiras de proceder com a mesma,
Durante o começo da pertubação, acontece pequenos fenômenos, muitas vezes imperceptíveis aos leigos. Como a frequência de pesadelos, insonia excessiva, adoecimento frequente porém não tão grave, como resfriado e sensação de exaustividade mental, sintomas os quais muitas vezes são tidos como consequências do cotidiano ou "normais". Nota se que o começo afeta, apenas o mental do perturbado, com o passar do tempo, o sentimental e por fim o físico são atingidos, além do mental ter maior comprometimento ainda. Após esse estagio "leve", o vivo começa a ver muitos vultos, principalmente quando está sozinho, sim, o objetivo é assusta lo ou dar a ideia de você estar enlouquecendo; começa a ouvir sussurros ou trechos de frases, nunca orações inteiras, como o seu nome sendo chamado ou sons baixos sendo proferidos. Em uma escala de um a dez, estaríamos na de número quatro. Agora seus sentidos como visão e audição estão sendo mexidos, o próximo estagio é um pouco pior. Nessa hora, teremos sensações mais perturbadoras, durante a sua hora de dormir principalmente, o ser atormentado, passa a ter sensações na pele, como se algo rastejasse sobre ela, coceiras, formigamentos estranhos, agulhadas e também fedor de podre, lixo, enxofre, mesmo em lugares limpos e pensamentos perversos de suicídio. Portas vão começar a bater sozinhas, rangidos e estralos durante a noite.
Bom, a coisa vai estar piorando certamente, mas é pior a cada pedaço do ciclo, então agora, o vivo que está sob influência do Egum, passa a sentir pesar, cansaço excessivo, pode dormir muito tempo, sempre ira acordar com a sensação de não ter descansado. O adoecimento começa a ser com doenças mais fortes, seu corpo vai ficando debilitado cada dia mais, o stress se torna um companheiro inseparável em todos os momentos. A sensação de solidão é cada vez mais latente. A pessoa vai tornando se apenas uma "casca", fria, doente, sem força, sozinha, até coisas básicas como higiene pessoal são deixadas de lado, a pessoa vem a extrema loucura, passa a divagar, passando horas a olhar para o vazio, como se estivesse dopada, se mutilando, machucando os entes queridos, parecendo um animal, sem apetite algum. Parece brincadeira, mas existem muitos casos de pertubação que chegam a esse nível. Vale lembrar, que um Egum atrai mais, até que uma horda esteja causando tudo isso, ou seja, a força deles aumenta muito durante os estágios.
Muitas vezes, as pessoas chegam em estados elevados nos terreiros em busca de auxilio, pois a família não acha mais solução. Machucadas, loucas, com aspecto de animais, sem dizerem uma palavra, agressivas e assim por diante. O modo de proceder se altera um pouco da Umbanda para o Candomblé, entretanto os dois resolvem. Na Umbanda, geralmente, durante a gira, o zelador da casa ou algum médium mais velho e preparado, entretanto assistido pelo zelador, ira proceder com algumas maneiras de solucionar o problema. Antigamente existia a prática do "Cavalete", o médium puxava para si o Egum, onde o controlava e o zelador o doutrinava para que não causasse mau a ninguém, porém essa prática andou sendo banida dos terreiros por comprometer o médium, devido ao egum trazer energias nocivas. Atualmente o médium "virado" (incorporado) de algum de seus guias (espíritos de luz com quem ele trabalha), geralmente caboclo, preto velho e Baiano, vale ressaltar que Exu não gosta de fazer isso, muitos menos bombo gira. A entidade passa a retirar o Egum do corpo da pessoa, processo perigoso para ambos e onde ocorre desgaste gigantesco. Existem também os banhos e outras maneiras pelas quais os umbandistas precedem,
Já os candomblecistas optam pleo jogo de búzios buscando o melhor ebó, ritual que retira o que está de negativo da pessoa para poder ser preenchido com boas energias, e o Egum é retirado, levado com o carrego (ebó depois de retirado) e dependendo do qual foi aplicado esse Egum será preso em uma casa abandonada ou no meio do mato, ou ira ficar livre para o Mundo, ocorre um transferência de energia. Parece ser simples, mas dentro dos rituais, pode ocorrer mil fatores perigosos, além da carga negativa e energia pesada, existe o fato do Egum possuir a pessoa, fazendo com que ela ataque, agrida, faça de tudo para que o trabalho não se concretize.
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